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Nutrição

Sal Dos Himalaias | Benefícios Na Dieta

Sal Dos Himalaias | Benefícios Na Dieta
Tatiana Fernandes Coelho
Escritor2 anos Atrás
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O sal é um condimento quase omnipresente na confeção dos alimentos e todos nós adotamos o seu uso de forma quase inconsciente. Mas já alguma vez paraste para pensar nos detalhes essenciais do sal? Na sua história ou, até mesmo, nos seus benefícios para a saúde? Há muito mais no sal do que aparenta. Apesar de ser um ingrediente simples e amplamente utilizado, a sua origem, os seus benefícios e os efeitos secundários são, muitas vezes, deixados esquecidos.

Neste artigo vamos explorar um pouco mais em que consiste exatamente o sal, quais os seus benefícios e riscos e dar algumas dicas sobre opções mais saudáveis, como é o caso do Sal do Himalaias.

Qual a origem do sal?

A maior parte do sal que consumimos é obtido a partir da água do mar ou extraído das profundezas da terra. Para o sal ser obtido da água do mar, esta é desviada para lagoas de evaporação rasas, ligadas por canais artificiais. Depois de cheias, e pelo processo natural de evaporação, a água vai desaparecendo lentamente, deixando o sal para ser recolhido.

Relativamente ao sal subterrâneo (obtido do sal-gema), este é extraído por meio de perfuração ou corte da rocha e, de seguida, triturado até se obterem pedaços muito pequenos.

O sal tem sido amplamente utilizado na culinária, não só para adicionar sabor aos alimentos, mas também para ajudar na sua preservação. Diz-nos a história que os caçadores antigos costumavam matar mais animais do que os que podiam consumir no imediato e, para proteger a comida das bactérias, do mofo e da deterioração, colocavam uma camada de sal sobre a carne, para lhe retirar a humidade e mantê-la fresca por mais tempo.

O sal era também usado para preservar cadáveres e era usado no processo de mumificação. Devido ao seu uso tão requisitado nas civilizações antigas, o sal era altamente tributado, comercializado e até mesmo usado como moeda de troca.

sal gourmet

Quais os benefícios do sal para a saúde?

O sal é um mineral natural composto por dois elementos, o sódio e o cloreto, que estão na base do seu nome científico - cloreto de sódio (NaCl). O sal puro contém cerca de 40% de sódio e 60% de cloreto. Estes dois elementos são essenciais ao bom funcionamento do organismo e desempenham funções importantes em diversos processos fisiológicos.

1. Função da Tiroide

A glândula tiroide desempenha um papel importante no metabolismo e, para funcionar corretamente, precisa de iodo mineral, encontrado em muitos alimentos e também no sal iodado (sal com iodo adicionado artificialmente). A deficiência em iodo impede que esta glândula produza as suas hormonas em quantidades suficientes. Introduzir pequenas quantidades de sal iodado na dieta pode contribuir para o correto funcionamento da tiroide.

2. Hidratação e Equilíbrio Eletrolítico

O consumo de sal promove a manutenção de níveis ótimos de hidratação e o equilíbrio eletrolítico, necessários para o bom funcionamento dos órgãos. As células, os músculos e os tecidos precisam de água e de iões, para os processos de troca de nutrientes e de produtos metabólicos, e o sal ajuda a manter a quantidade certa de fluídos intracelulares e de eletrólitos.

3. Pressão Sanguínea

Uma quantidade inadequada de sódio na dieta pode ser a causa de uma redução da tensão arterial (hipotensão), que se manifesta com tonturas, náuseas, desmaios e visão desfocada.

4. Défice de Sódio

Em alguns quadros clínicos específicos, como é o caso da fibrose cística, os pacientes perdem mais sal no suor do que o normal, pelo que precisam de mais água e de mais sal na sua dieta, para evitar a desidratação. As quantidades recomendadas são variáveis, mas algumas pessoas podem precisar de até 6.000 miligramas (mg) de sódio por dia.

Quais os riscos de consumir demasiado sal?

Como para qualquer outro mineral, a ingestão de sal em demasia não é benéfico para a saúde. Ingerir muito sal faz com que os rins não sejam capazes de filtrar o excesso de sódio da corrente sanguínea. O sódio acumula-se no organismo e este começa a reter mais água que a necessária, numa tentativa de diluir o sódio em excesso, o que provoca o inchaço generalizado dos tecidos e órgãos.

Este excesso de água no organismo pode aumentar a pressão sobre o coração e os vasos sanguíneos, conduzindo a um aumento da tensão arterial. O risco de patologias cardíacas torna-se maior ainda quando a dieta é demasiado rica em sódio e pobre em potássio. O potássio ajuda a excretar sódio em excesso e ajuda a relaxar as paredes dos vasos sanguíneos.

Por outro lado, a ingestão de sal em demasia, potencia a eliminação de cálcio através da urina, tornando os ossos mais porosos e mais frágeis.

Qual a dose diária de sal recomendada?

O sal é essencial à vida desde que usado na dose certa. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a recomendação diária de sal para um adulto é de até seis gramas, o equivalente a uma colher de chá. Tudo o que ultrapassa esta quantidade torna o seu consumo excessivo e prejudicial.

Tem que existir sempre um equilíbrio, já que reduzir drasticamente o consumo de sal pode, por outro lado, ter mais efeitos prejudiciais do que propriamente o seu abuso. Níveis de sódio consistentemente baixos podem contribuir para um aumento da resistência à insulina e aumentar o nível de triglicerídeos.

O ideal é controlar ativamente a quantidade de sal que ingerimos na nossa dieta ou substituí-lo por outras opções mais saudáveis e que acarretam menos riscos para a saúde.

Quais as diferenças entre os tipos de sal disponíveis para consumo?

O sal marinho está a tornar-se cada vez mais processado e cada vez mais impuro, considerando os elevados níveis de poluição. O sal de mesa comercial ou refinado é sujeito à remoção da maioria dos seus minerais, com a exceção do cloreto de sódio, contendo entre 96 a 97% deste composto. Para além disso, é branqueado, limpo com produtos químicos e seco a mais de 650 graus centígrados, uma temperatura que altera a sua estrutura natural. Este tipo de processamento torna-o muito mais difícil de ser absorvido pelo organismo, o que leva à sua acumulação e ao seu depósito nos tecidos e órgãos, podendo causar graves problemas de saúde.

O Sal dos Himalaias é um sal gourmet, com um sabor diferenciado e uma lindíssima cor rosa, que tem origem no seu teor único em minerais. Devido às condições originais em que o sal rosa é mantido, diz-se ser o sal mais puro disponível atualmente no mercado.

Quais os benefícios de consumir Sal dos Himalaias?

Os cristais deste sal, que vêm diretamente das montanhas dos Himalaias, são considerados os mais puros de todos, graças à proteção contra a poluição conferida pela neve e pelo gelo, durante a sua formação. Uma das suas características mais extraordinárias é ser considerado ultra puro, totalmente livre de toxinas e outros poluentes e não ser sujeito a nenhum tipo de processamento.

Mas será que o facto de utilizarmos sal dos Himalaias é realmente mais saudável em relação aos outros tipos de sal? Vamos, então, perceber o que é o sal dos Himalaias e o que o torna mais vantajoso, em termos nutricionais, na nossa dieta.

O sal dos Himalaias ou sal rosa é quimicamente composto por cerca de 84 minerais, entre os quais sódio, cálcio, potássio, enxofre, fósforo, ferro, magnésio, iodo, cromo, cobre, magnésio, selénio, zinco e carbono – estes minerais atuam em conjunto e em perfeita sinergia, proporcionando diversos benefícios para o organismo. Contém cerca de 85% de cloreto de sódio e os restantes 15% correspondem ao conjunto dos restantes minerais.

Graças à sua composição tão diversificada em minerais, o sal rosa é considerado mais saudável do que o sal de mesa refinado, composto somente por cloro e sódio e com adição de iodo e de substâncias químicas. O sal refinado contém mais de 96% de cloreto de sódio e até 4% de produtos químicos, tais como agentes absorventes, agentes branqueadores, entre outros.

Apesar de ser uma escolha muito mais saudável, o consumo do sal rosa implica a ingestão de uma menor quantidade de sódio por dose, quando comparado com o sal de mesa comum, porque é menos refinado e os seus cristais são maiores, em termos estruturais, o que diminui a sua capacidade de absorção pelo organismo.

Mensagem Final

Em suma, não é necessariamente o sal que não é saudável para o organismo, se ingerido nas doses certas, mas sim o processo de refinamento a que é submetido.

Assim sendo, e já que o sal é essencial a muitos processos fisiológicos, a melhor opção é consumir um sal que seja rico em minerais benéficos, que promova uma menor retenção hídrica e acarrete outros riscos para a saúde.

Em vez do sal de mesa refinado, é preferível escolher o sal rosa ou sal dos Himalaias – um sal com todos os nutrientes presentes na água do mar – já que investir num sal de qualidade adiciona valor à nossa saúde.

Every Day Health https://www.everydayhealth.com/diet-nutrition/diet/salt-health-benefits-risks-types-how-cut-back-more/

Tatiana é Doutorada em Ciências Médicas e da Saúde, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tendo, ao longo da sua carreira de investigação científica, sido autora de artigos académicos publicados em revistas internacionais, na área da Genética e da Biologia Molecular.

A sua experiência como Técnica Especialista em Exercício Físico e Coach L-1 de CrossFit, potencia a sua paixão por todas as vertentes da otimização da performance atlética na prática desportiva, tendo, inclusivamente, escrito alguns artigos de revisão sobre a influência do background genético na performance e resistência físicas, na adaptabilidade ao treino e na resposta fisiológica à nutrição e suplementação desportivas.

Mais informações sobre Tatiana Fernandes Coelho: LinkedIn, ORCID e PubMed.

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