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Cálcio | Tudo O Que Precisas Saber

Cálcio | Tudo O Que Precisas Saber
Tatiana Fernandes Coelho
Escritor2 anos Atrás
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Quase todos nós nos lembramos de ver, na televisão, anúncios e publicidade recorrente ao cálcio do leite e à sua importância para a manutenção de dentes e ossos fortes e saudáveis. No entanto, o cálcio é muito mais que isto. Neste artigo vamos explorar um pouco mais as funções do cálcio no organismo humano, os alimentos que podes escolher como fonte de cálcio e a dose diária recomendada.

O que é o cálcio?

O cálcio é um mineral que se encontra armazenado nos ossos do corpo humano, sendo mais abundante sob a forma de compostos como o carbonato de cálcio. Dos aproximadamente 1200 gramas de cálcio encontrados em adultos, 1110 gramas localizam-se no tecido ósseo. Os restantes 90 gramas encontram-se em circulação no sangue e no interior das células.O cálcio desempenha um papel muito importante em diversas funções do organismo, como por exemplo, nas trocas químicas que ocorrem através das membranas celulares, na contração do músculo esquelético, na transmissão dos impulsos nervosos, na regulação do pH do sangue, nos processos de divisão celular, no controlo da produção de hormonas e na coagulação sanguínea, para além de também ajudar a manter os ossos e os dentes fortes.O cálcio é crucial ainda para o bom funcionamento do cérebro e do sistema nervoso e para uma normal função muscular. Uma vez que é crucial na contração muscular, o cálcio tem um papel importante no desenvolvimento da massa muscular, em resposta ao exercício físico. Para além disso, e como todos sabemos, o coração é um músculo e, por isso, o cálcio acaba por ser primordial no seu correto funcionamento.As deficiências severas em cálcio podem conduzir ao desenvolvimento de alguns quadros clínicos, como o raquitismo, em crianças, e a osteoporose, nos adultos. Estas condições resultam no enfraquecimento dos ossos e no desenvolvimento de malformações ósseas de vários tipos, com implicações graves também na recuperação de lesões.Pelo contrário, o consumo excessivo de cálcio pode ocasionar o aparecimento das conhecidas "pedras nos rins”, que não são mais do que pequenos aglomerados de uma substância conhecida como oxalato de cálcio, que forma cálculos e bloqueia os canais renais. Este tipo de formações minerais no organismo é mais comum com a ingestão de cálcio de origem mineral (cálcio presente no solo e, consequentemente, na água de determinadas regiões) e também presente em alguns suplementos alimentares, já que este tipo de cálcio não é corretamente absorvido pelo organismo. Consumir cálcio em excesso pode ainda provocar a redução dos níveis de outros minerais, como por exemplo do magnésio. A ingestão de água em abundância ajuda evitar a formação de cálculos renais.Sabe-se ainda que, a partir dos 25 anos de idade, a absorção de cálcio no organismo diminui, pelo que é de extrema importância garantir que, desde criança, se tenha uma ingestão adequada de cálcio, para prevenir problemas a longo prazo.
cálcio

Alimentos ricos em cálcio

Por norma, e com base numa dieta variada e equilibrada, conseguimos garantir a ingestão das necessidades diárias e assegurar as doses recomendadas. Os produtos lácteos, como o leite, os iogurtes e o queijo, são conhecidos por serem uma ótima fonte natural deste mineral, mas este mineral está também presente nos frutos secos, nos vegetais verdes, como os brócolos e os espinafres, e também nos cereais integrais.No entanto, para que o cálcio seja absorvido pelo organismo, é necessária a presença de vitamina D, que é produzida pelo organismo aquando da exposição aos raios solares. A vitamina K, o magnésio e o fósforo também trabalham em conjunto neste processo, havendo necessidade de fornecer ao corpo uma gama completa de vitaminas e minerais diariamente. Assim, não adianta consumir cálcio se não conseguires garantir que ele é absorvido de forma eficaz pelo organismo, dando-lhe todas as condições e todos os nutrientes de que precisa.No entanto, mesmo que consigas seguir uma dieta saudável e equilibrada, poderá ser difícil obter cálcio suficiente se, por exemplo, fores adepto de um regime alimentar vegano, se tiveres intolerância à lactose e não puderes consumir laticínios, se consumires grandes quantidades de proteína ou de sódio, que faz com que o corpo excrete mais cálcio, teres osteoporose, estares a fazer um tratamento prolongado com corticosteroides, sofreres de alguma patologia intestinal ou digestiva que diminua a capacidade de absorção de cálcio.Nessas situações, os suplementos de cálcio podem ajudar a atender as tuas necessidades de cálcio. Conversa com o teu médico ou nutricionista para determinar se os suplementos de cálcio são adequados para ti.

Deficiência em cálcio – causas e sintomas

  • Absorção do cálcio
Existem algumas variáveis no organismo que afetam a absorção do cálcio: a hormona da paratiróide, a vitamina D e a calcitonina. Estes três elementos regulam a quantidade de cálcio no sangue e a capacidade do organismo o absorver, sendo cruciais para a manutenção de um nível ótimo deste mineral
  • Distúrbios alimentares
Os distúrbios alimentares são uma das causas mais comuns de deficiência em cálcio.
  • Intolerância à lactose
Sendo que os produtos lácteos são a mais importante fonte de cálcio, quando o seu consumo é evitado devido a intolerância à lactose, pode desenvolver-se um défice de cálcio. Pessoas que sofrem de doença celíaca ou doença inflamatória de Crohn podem ainda ter limitações na absorção de algumas vitaminas e outros minerais. Por isso, é importante que haja um consumo regular de legumes verdes, como brócolos e espinafres, para que seja ingerido cálcio em quantidade suficiente.

Sintomas

A falta de cálcio no organismo, também chamada de hipocalcemia, normalmente não causa qualquer tipo de sintoma nas fases iniciais. No entanto, à medida que a condição se agrava, podem começar a surgir vários sinais e sintomas, como fragilidade óssea, problemas nos dentes ou palpitações cardíacas.A curto prazo é muito difícil diagnosticar uma deficiência em cálcio, pois as complicações surgem numa fase mais tardia, com um impacto severo principalmente a nível ósseo. Através de simples análises ao sangue é difícil perceber se realmente se está perante uma deficiência em cálcio. A forma mais comum de testar os níveis de cálcio no organismo é avaliar o estado do tecido ósseo através de exames que mostrem a densidade óssea, como por exemplo a imagiologia por scan DEXA.

Qual a dose recomedada de cálcio?

A quantidade de cálcio que ingerimos diariamente deve ter um limite mínimo de 500mg e um limite máximo de 1500mg. Por norma, é recomendado que um adulto consuma perto dos 700mg diários e que uma criança ou um adolescente ingira até1000mg.Mensagem FinalOs níveis de cálcio no organismo estão dependentes de diversas variáveis e são condicionados pela presença de outros minerais e de algumas vitaminas. Também algumas condições clínicas, dietas e distúrbios alimentares podem fazer variar a ingestão e a capacidade de absorção do cálcio.Recorrer a suplementação com cálcio pode ser benéfico para garantires que consegues suprir as tuas necessidades diárias. Mas antes de recorreres a qualquer suplementação, fala com um profissional especializado para juntos perceberem o que é mais adequado para ti.

Fontes:

Medical News Today https://www.medicalnewstoday.com/articles/248958.php

Tatiana é Doutorada em Ciências Médicas e da Saúde, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tendo, ao longo da sua carreira de investigação científica, sido autora de artigos académicos publicados em revistas internacionais, na área da Genética e da Biologia Molecular.

A sua experiência como Técnica Especialista em Exercício Físico e Coach L-1 de CrossFit, potencia a sua paixão por todas as vertentes da otimização da performance atlética na prática desportiva, tendo, inclusivamente, escrito alguns artigos de revisão sobre a influência do background genético na performance e resistência físicas, na adaptabilidade ao treino e na resposta fisiológica à nutrição e suplementação desportivas.

Mais informações sobre Tatiana Fernandes Coelho: LinkedIn, ORCID e PubMed.

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