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Nutrição

Os Efeitos De Uma Indulgência Passageira | Estudos de Fitness

Os Efeitos De Uma Indulgência Passageira | Estudos de Fitness
Evangeline Howarth
Escritor3 anos Atrás
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Para quem pretende descobrir mais sobre o funcionamento do seu corpo, ler alguns dos últimos estudos sobre a matéria é uma excelente forma de começar. De aprender mais sobre a nutrição certa para o nosso treino a melhores métodos de praticar exercício, há muito para aprender e para experimentar.

Esta semana, vamos ver até que ponto o nosso organismo lida bem com uma indulgência passageira e o efeito de uma dieta rica em açúcar no nosso treino.

Vamos a isto.

Como é que o nosso corpo lida com uma indulgência ocasional?

Toda a gente gosta de cometer uma pequena “loucura” de vez em quando (alguns de nós, com mais frequência que isso…), mas para muitas pessoas há uma preocupação com o impacto que isso pode ter. Contudo, de acordo com um estudo recente, essa preocupação não tem razão de ser.1

Segundo os resultados deste estudo, o nosso metabolismo lida bastante bem com uma súbita enchente de calorias de vez em quando.

Para estudar a questão, um grupo de investigadores pediu a um grupo de jovens do sexo masculino que comessem pizza, primeiro, até se sentirem confortavelmente saciados, e, noutra ocasião, até estarem completamente fartos e não lhes ser absolutamente possível comer mais.

Descobriram que os participantes conseguiam comer cerca do dobro dos seus limites habituais, o que significa, é claro, o dobro das calorias ingeridas.

Os testes ao sangue, no entanto, mostraram alguns resultados inesperados, uma vez que os níveis de nutrientes se mantiveram dentro do habitual. Os níveis de açúcar e de lípidos (gorduras) no sangue indicaram muito poucas diferenças entre as duas refeições. Contudo, a produção de insulina aumentou em cerca de 50% depois da refeição mais abundante.

Isto sugere que comer em excesso ocasionalmente não terá um efeito negativo no metabolismo, embora os investigadores tenham também tido o cuidado de fazer notar que excessos demasiado frequentes têm consequências.

Gostas de ter um dia “de folga” ou preferes concessões mais pequenas mas mais frequentes? Descobrir o que funciona melhor para ti em função do teu estilo de vida e da forma como te sentes é sempre a melhor ideia, mas é bom saber que perder a cabeça de vez em quando não causa demasiados estragos.

 

O consumo de açúcar pode prejudicar os efeitos do exercício físico?

Um alerta a todos os gulosos e gulosas, este artigo é para nós.

É bem sabido que comer demasiado açúcar não nos faz favores e, de acordo com um estudo recente, pode inclusivamente ter um impacto negativo nos resultados dos treinos.2

De acordo com um grupo de investigadores, ter níveis demasiado altos de açúcar no sangue pode tornar muito mais difícil melhorar a nossa capacidade aeróbica durante o exercício.

O estudo foi efetuado em dois grupos de ratos. O primeiro grupo passou por um aumento nos níveis de açúcar no sangue em resultado do consumo de uma dieta ocidental rica em açúcar e gorduras, enquanto ao segundo grupo foi induzida uma redução na produção de insulina, que resultou igualmente no aumento nos níveis de açúcar sanguíneo.

Descobriu-se que, embora ambos os grupos estivessem sob um regime estrito de exercício, em nenhum deles foi detetada uma melhoria da capacidade aeróbica. Na verdade, quando analisaram com em maior detalhe os músculos dos ratos, descobriu-se que não estavam a passar por adaptações à atividade aeróbica como normalmente aconteceria.

Esta linha de investigação foi desenvolvida com testes em participantes humanos em idades jovens, com resultados semelhantes. Observou-se que os que tinham níveis mais altos de açúcar no sangue exibiam a mais baixa capacidade aeróbica para o exercício.

Apesar da ausência de alterações na condição física aeróbica, alguns pontos positivos resultaram do regime de treino, incluindo a perda de gordura e o melhor metabolismo da glicose. Isto sugere que há em qualquer caso benefícios concretos do treino, quer tenhamos níveis altos de açúcar no sangue ou não.

Como muitos outros estudos, isto parece confirmar o facto de que os resultados se obtêm na cozinha, tanto como no ginásio.

 

Mensagem Final

Quer estejas à procura de uma desculpa para te indulgenciares numa pizza gigantesca, ou simplesmente precises de uma confirmação de como a alimentação pode influenciar o treino, estes dois estudos oferecem resultados indubitavelmente interessantes.

 

 

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Traduzido por Hermano Moura

Os nossos artigos têm propósitos unicamente informativos e educativos e não devem ser usados como conselho médico. Se tem alguma preocupação, consulte um profissional de saúde antes de tomar suplementos nutricionais ou introduzir quaisquer alterações significativas na sua dieta.

1. Hengist, A., Edinburgh, R. M., Davies, R. G., Walhin, J. P., Buniam, J., James, L. J., … & Betts, J. A. (2020). Physiological responses to maximal eating in men. British Journal of Nutrition, 1-11.

2. MacDonald, T. L., Pattamaprapanont, P., Pathak, P., Fernandez, N., Freitas, E. C., Hafida, S., … & Lessard, S. J. (2020). Hyperglycaemia is associated with impaired muscle signalling and aerobic adaptation to exercise. Nature Metabolism, 1-16.

Evangeline tem uma larga experiência em desportos de competição desde tenra idade. Por exemplo, a sua experiência como instrutora de vela RYA ensinou-lhe o quão importante é cuidar da sua alimentação para um rendimento de topo em desportos extremos e de endurance. Este foco na alimentação permitiu-lhe atingir o estatuto de capitã da equipa olímpica do Reino Unido e treinar a equipa da sua universidade.

Nos seus tempos livres, a Evangeline adora correr maratonas. Ao fim de semana irás encontrá-la a fazer desportos aquáticos ou escalada. Ao anoitecer opta por sessões de treino de alta intensidade ou um treino de squats antes de comer uma bela refeição picante com muitas verduras - yum!

Descobre mais da experiência da Evangeline aqui.

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