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Nutrição

Pólen de Abelha | Benefícios E Uso

Pólen de Abelha |  Benefícios E Uso
Tatiana Fernandes Coelho
Escritor6 anos Atrás
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pólen de abelhas é produzido a partir do pólen de plantas em flor. Após a sua colheita, as abelhas produtoras de mel, transportam-no para a colmeia, onde é misturado com néctar, enzimas, mel, cera e secreções das próprias abelhas e armazenado para ser usado como alimento para a colónia. 

O pólen de abelha é consumido há séculos por diversas civilizações e é conhecido por ser um superalimento, devido ao seu elevado teor nutricional. Recentemente, o pólen de abelha ganhou fama na área da saúde pela sua composição rica em aminoácidos, vitaminas, lipídios e mais de 250 substâncias ativas. Contudo, o pólen de abelha não pode nem deve ser usado como única fonte alimentar para um ser humano, isto porque não tem quantidade suficiente de vitamina C, vitamina D e vitamina B12, embora seja muito rico em ferro. 

Por outro lado, a sua composição nutricional pode variar devido às diferenças entre as plantas das quais as abelhas recolhem o pólen, que depende largamente da flora de cada região. 

Os grãos de pólen de abelha são compostos por: 

Hidratos de Carbono: 40% 

Proteína: 35% 

Água: 4–10% 

Gordura: 5% 

Outras substâncias: 5–15% 

Neste artigo vamos revelar alguns dos benefícios do pólen de abelha para a saúde. 

Quais são os benefícios do pólen de abelha?

1. Ajuda a retardar o envelhecimento 

O pólen de abelha está repleto de vitaminas, minerais e substâncias que neutralizam os radicais livres e as espécies reativas de oxigénio. Existem poucos dados científicos que esclareçam a relação entre o pólen de abelha e estas propriedades. No entanto, é um facto que este alimento contém muitos componentes que são necessários para um organismo saudável. 

2. Estimula a força e a resistência 

Alguns atletas têm afirmado que o pólen de abelha contribui para o desenvolvimento de mais força e resistência. Um estudo levado a cabo em 2004 mostrou que o pólen de abelha tem um efeito positivo no combate à fadiga em animais de laboratório, depois destes completarem exercício físico. 

Infelizmente, os estudos em humanos são poucos e dispersos, e acabam por não ilustrar os mesmos benefícios que o pólen aparentemente tem no modelo animal. 

3. Promove o bem-estar 

Muitos defensores do consumo do pólen de abelha afirmam que este tem ainda mais benefícios, como o aumento de energia e o reforço das defesas do organismo. 

Tambéé referido como um alimento que mantém o bom funcionamento do coração, graças a uma substância ativa chamada rutina. Por outro lado, vários estudos com pólen de abelha demonstraram que este tem, na sua composição, grandes quantidades de substâncias que combatem as espécies reativas de oxigénio no organismo, que reduzem a ocorrência de processos reativos e que protegem as células contra os danos oxidativos. 

4. Perda de Peso 

Estudos em animais mostraram que o pólen de abelha pode ainda aumentar a absorção e utilização de nutrientes como ferro, cálcio e fósforo, acelerar o metabolismo (favorável à perda de peso) e promover a longevidade, embora sejam necessárias pesquisas adicionais para confirmar estes benefícios. 

5. Tratamento de dependências químicas 

Os defensores mais fervorosos das terapias alternativas têm usado o pólen de abelha no tratamento de dependências de substâncias químicas. Isto porque, o pólen de abelha pode contribuir para aumentar a função hepática e proteger este órgão das substâncias nocivas. 

6. Digestão 

O pólen de abelha é também usado, geralmente, para auxiliar na digestão, graças à abundância de vitaminas e minerais mas também de enzimas, que ajudam no processo digestivo. O único problema desta afirmação é o facto da maioria das enzimas que consumimos a partir de alimentos ser, na realidade, desnaturada pelo processo digestivo. 

Isto significa que as enzimas que ingerimos com os alimentos podem não fazer efeito, uma vez que são degradadas no estômago, sendo decompostas em aminoácidos que o organismo usa depois para produzir outras enzimas, conforme necessário. 

O mesmo se aplica à afirmação de que o pólen de abelha contém ácidos nucleicos. Mais uma vez, existem estudos que comprovam que estes ácidos não chegam à corrente sanguínea. Também estes, tal como as enzimas, são decompostos no estômago e depois ou são excretados ou simplesmente reutilizados. 

7. Ajuda a reduzir as reações a alergénios 

Um uso potencialmente arriscado do pólen de abelha é a sua aplicação no alívio de reações a agentes alergénicos, uma vez que as potencia. Foram já reportados casos de desenvolvimento de reações alérgicas relacionadas com o consumo de pólen de abelha por humanos, algumas delas muito agressivas e até mesmo fatais, quando o pólen foi utilizado com o propósito de as prevenir. 

Um estudo em modelo animal, levado a cabo em 2008, concluiu que o pólen de abelha tem potencial efeito no alívio dos sintomas alérgicos. Porém este efeito carece de validação em ambiente clínico com humanos e obtenção dos mesmos resultados, antes que qualquer conclusão possa ser tirada. 

Quem é que não deve consumir pólen de abelha?

Devido aos relatos de desenvolvimento de reações a alergénios, é aconselhado que se evite o consumo de pólen de abelha, como suplemento alimentar, por pessoas com este tipo de sensibilidade. 

Por outro lado, o pólen de abelha não é recomendado a quem toma fármacos anticoagulantes, devido a relatos de reações adversas. Tal como para qualquer outro suplemento, é importante informares o teu médico que o pretendes adicionar à tua dieta, especialmente se estás a tomar medicação ou se tens um problema de saúde pré-existente. 

Mensagem final 

O pólen de abelha é considerado como um superalimento, mas muito controverso quando nos debruçamos sobre a revisão de artigos de investigaçãcientífica. Na prática, a sua utilização não é comprovadamente vantajosa, especialmente no que respeita a estudos em seres humanos.

Isto não significa que o pólen de abelha não tenha potencial como suplemento alimentar e que possa ser benéfico para a saúde e para o bom funcionamento do organismo. Simplesmente, não existem estudos suficientes para o comprovar. 

A principal dificuldade relativamente ao pólen de abelha parecem ser as variações no seu conteúdo nutricional devido à origem do pólen, como já mencionámos anteriormente – diferentes plantas em diferentes regiões do globo, acabam por implicar inconsistências no conteúdo nutricional do pólen de abelha comercialmente disponível. 

Outra questão é que muitos dos estudos são realizados em modelos animais em vez de humanos e usam apenas extratos de pólen, em vez do pólen de abelha completo. 

Fonte: 

Healthline 

https://www.healthline.com/nutrition/bee-pollen 

 

Tatiana é Doutorada em Ciências Médicas e da Saúde, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tendo, ao longo da sua carreira de investigação científica, sido autora de artigos académicos publicados em revistas internacionais, na área da Genética e da Biologia Molecular.

A sua experiência como Técnica Especialista em Exercício Físico e Coach L-1 de CrossFit, potencia a sua paixão por todas as vertentes da otimização da performance atlética na prática desportiva, tendo, inclusivamente, escrito alguns artigos de revisão sobre a influência do background genético na performance e resistência físicas, na adaptabilidade ao treino e na resposta fisiológica à nutrição e suplementação desportivas.

Mais informações sobre Tatiana Fernandes Coelho: LinkedIn, ORCID e PubMed.

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