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Treino

Devemos Evitar Os Analgésicos Para As Dores Musculares?

Devemos Evitar Os Analgésicos Para As Dores Musculares?
Emily Wilcock
Escritor2 anos Atrás
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Quer vás ao ginásio todos os dias sem falha ou só faças exercício ocasionalmente, é provável que já tenhas sentido o desconforto conhecido como DOMS (do inglês Delayed Onset Muscle Soreness – Dores Musculares de Início Tardio). Poderás já ter também considerado a ideia de tomar analgésicos para aliviar essas dores musculares no pós-treino.

Algumas pessoas chegam a tomar analgésicos imediatamente depois do exercício, como medida preventiva. Mas será que isto nos pode prejudicar mais do que beneficiar?

Quais são os riscos de tomar analgésicos para as dores musculares?

Tomar, por exemplo, paracetamol pode ajudar a reduzir o desconforto da DOMS, e os analgésicos comuns de venda livre são perfeitamente seguros e eficazes para esse efeito. Se for necessário algo mais forte, terás de considerar a hipótese do desconforto ser também o resultado de uma lesão.

Usar anti-inflamatórios não-esteroides pode também ajudar, embora isto não seja recomendado, uma vez que podem interferir com a resposta inflamatória que ocorre quando o corpo está a reparar os tecidos danificados pelo exercício. Mitigar esta resposta poderá resultar na redução das adaptações do corpo ao treino.

Os analgésicos podem bloquear sinais de alerta

As dores musculares de início tardio acontecem a quase todos os fãs do levantamento de pesos depois de um treino duro. Muitos veem-nas como “dores boas”. Mostram que o corpo está a reparar-se e a desenvolver-se. A maioria das pessoas são capazes de distinguir entre essa sensação de ter os músculos doridos e a dor de uma lesão.

Contudo, tomar algo para as dores acalma estes sensores de dor. Por isso, embora possa ser uma sensação ótima poder dar o máximo no treino, poderás também estar a ocultar uma lesão. Enquanto as "boas dores” assinalam um passo em direção aos teus objetivos, a dor persistente é um aviso. Bloqueá-la pode resultar no agravamento de lesões e numa interrupção prolongada do treino, por, por exemplo, esforçar um músculo que tenha sofrido um estiramento.

Podem reduzir os teus progressos

Já houve diversos estudos sobre os efeitos de analgésicos nos ganhos de massa muscular. Embora os estudos não produzam qualquer resposta conclusiva, sugerem que estas substâncias podem interferir com a síntese de proteínas.

Embora isto não seja, claro, o que se deseja, é improvável que resulte num prejuízo significante e numa redução substancial do desempenho ou do desenvolvimento muscular, sobretudo se forem tomados por um período curto e pontual.

Dependência de analgésicos

Tomar analgésicos desnecessariamente nunca é recomendável. Como é evidente, no caso de lesões agudas, como entorses dos ligamentos ou estiramentos musculares, o médico poderá recomendá-los. No entanto, tomá-los regularmente como parte da rotina de treino pode causar sérios problemas.

Isso pode pôr em risco o bem-estar de vários órgãos, e também causar espasmos musculares. Se efetivamente decidires tomar analgésicos depois de um treino, evita que isso se torne um hábito regular, para evitar qualquer efeito adverso.

Remédios alternativos

Enquanto os analgésicos podem proporcionar alívio temporário da dor e desconforto depois de uma sessão extenuante, há outros modos de conseguir o mesmo resultado.

Segue-se uma lista das nossas formas favoritas de promover uma recuperação rápida.

Massagens desportivas

Tal como o uso de rolos de espuma, isto pode ajudar a reduzir os efeitos da DOMS temporariamente, aliviando os músculos doridos. Adicionalmente, haverá um aumento de calor e fluxo sanguíneo, pelo que a circulação também será estimulada.

Banhos gelados

Arrefecer os músculos depois do exercício pode reduzir a resposta inflamatória através da vasoconstrição, limitando o volume do afluxo de sangue aos músculos. Isto pode minorar a DOMS, pelo que haverá menor probabilidade de sentires dores ou rigidez muscular depois do treino.

Conhece os teus limites

O Volume Máximo Recuperável, ou VMR, refere-se à quantidade máxima de treino que somos capazes de executar, sem deixar de conseguir recuperar eficazmente depois. Por exemplo, se estivermos a treinar com alguém mais experiente que nós, poderemos sentir a tentação de introduzir mais volume para acompanhar o ritmo, o que pode resultar em volume adicional do qual não conseguiremos recuperar, resultando num nível alto de DOMS.

Aquecer e arrefecer

Aumentar a temperatura dos músculos não só contribui para um desempenho melhorado, como reduz o risco de lesões, por exemplo estiramentos musculares. Um aquecimento eficaz pode ajudar a mobilizar os músculos e as articulações, temporariamente mitigando sensações negativas como a dor e a rigidez musculares.

Analgésicos e dores musculares: questões frequentes

Posso tomar paracetamol para as dores musculares?

Sim, mas não deve tornar-se um hábito. Esta opção deve ser reservada para quando houver suspeita de uma lesão menor que esteja a causar dor. A DOMS dissipa-se por si num par de dias, se o sono e a nutrição forem adequados para apoiar a recuperação.

Posso tomar ibuprofeno para as dores musculares?

Sim. Contudo, trata-se de um anti-inflamatório. Isto significa que a reação inflamatória que faz parte da recuperação normal será afetada, diminuindo as adaptações musculares ao treino, como a hipertrofia.

Qual é a melhor solução para as dores musculares?

Sono e nutrição. A DOMS é o resultado de danos musculares induzidos pelo exercício, o que é normal. A melhor forma de a controlar e de fazer adaptações musculares positivas ao exercício físico é obter uma quantidade suficiente de sono e de proteínas e calorias, para dar apoio ao processo de recuperação.

 

Mensagem final

Sim, é possível tomar analgésicos para controlar as dores musculares, mas não deve ser uma prática regular, para garantir que não interfere com as adaptações do corpo ao treino para as quais trabalhamos. O ibuprofeno deve em geral ser evitado, a não ser que haja suspeita de uma lesão menor. De um modo geral, a estratégia para controlar as dores musculares deve passar pela nutrição (em particular, proteínas e calorias) e pelo sono.

 

 

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After completing an internship with Myprotein, Emily returned to university to finish her Bachelor of Science degree in Business Management and Marketing. With experience in lifestyle writing, Emily aims to entertain and educate through her work. Her focuses include recipes, real and inspiring stories, and working with writers to help provide easy-to-digest evidence-based research. Her work on recipes has been previously featured in The Supplement magazine, with a particular focus on high-protein, nutritious meals, plus advice on how to properly fuel your body. Outside of work, Emily’s top priority is food. She’s a self-professed star baker and a connoisseur of all things baked. In her spare time, she’s either cooking up a storm, our looking out for the opportunity to try out Manchester’s newest restaurants. But as a huge fan of carbs, if it’s not pasta or pasta-adjacent, she’s not interested. If she’s not in the kitchen, she’s tucked up with a book for an early night, or you’ll find her in the gym working up a sweat. Afterall, all those carbs require quite the appetite.
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