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Treino

Arrefecimento Pós-Treino | Dicas Principais

Arrefecimento Pós-Treino | Dicas Principais
Evangeline Howarth
Escritor3 anos Atrás
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Todos nós já temos sido culpados de sair a correr do ginásio assim que pousamos os pesos. Quando temos coisas a fazer e estamos sem vontade de fazer o investimento de tempo necessário, é compreensível.

Mas quais são as consequências de negligenciar os nossos alongamentos? Deveríamos guardar um pouco de tempo para arrefecer depois dos exercícios? Vamos descobrir.

O que define um bom arrefecimento?

O termo explica-se a si mesmo – trata-se da fase do treino, depois do exercício, em que realizamos trabalho ativo ou estático que procura diminuir o batimento cardíaco e alongar os músculos.

Os exercícios para arrefecimento são constituídos por movimentos leves que ajudam o nosso corpo a passar do estado de trabalho intenso ao repouso.1 O fim visado desta prática é permitir que o batimento cardíaco e a respiração voltem ao normal e promover o relaxamento.2

Por isso, quer se trate de alguns minutos na passadeira depois do treino intervalado, ou de uns bons alongamentos para os isquiotibiais depois do deadlift, um bom arrefecimento é muitas vezes considerado o início da recuperação pós-treino.

 

É importante?

Os sentimentos de especialistas a este respeito são tão indecisos como os de uma criança numa loja de chocolates. Contudo, com base nos dados atualmente disponíveis, um arrefecimento ativo é largamente ineficaz como parte da recuperação pós-treino.

Uma surpresa? Mas o que isto realmente significa é que depende completamente do tipo de exercício que fazemos, e o arrefecimento pode proporcionar alguns benefícios em qualquer caso, especialmente quando combinado com alongamentos estáticos e o rolo de espuma.3

Ah, o temível rolo de espuma. Se adoras torturar músculos cansados, está lá para ser útil. Sabemos que o rolo de espuma depois de uma sessão de treino intensa é doloroso, mas os dados são promissores relativamente ao seu efeito em promover a recuperação.4 Isto significa basicamente que, se sentes que te poderia fazer bem, não deves hesitar em experimentar (mesmo que detestes cada minuto passado com o rolo).

Então, chegámos à conclusão de que, ainda que tal possa ser penoso, uns bons alongamentos e o rolo de espuma têm um papel a cumprir. Mas para que tipos específicos de treino serve o arrefecimento? Quando olhamos para os diferentes géneros de desporto, a investigação nesta área descobriu que, para as atividades de resistência, como a corrida de longa distância, o arrefecimento pode ser especialmente relevante.5 Foi proposto que, para este tipo de atividade, o arrefecimento ajuda a regular o fluxo sanguíneo por todo o corpo depois do treino, permitindo aos músculos recuperar melhor.

Então, quando fazes o arrefecimento, deves sentir os músculos mais leves e melhor preparados no dia seguinte, certo? Não. A parte mais ingrata é que, embora arrefecer possa ajudar a melhorar a nossa flexibilidade, não parece impedir que sintamos os músculos doridos ou rígidos depois do treino, embora seja necessária mais investigação a esse respeito.6

Então, porquê arrefecer?

O consenso ainda assim tende para a positiva. Alguns dos benefícios propostos do arrefecimento ativo combinado com alongamentos estáticos e rolo de espuma incluem:

  1. Prevenção de lesões.7
  2. Ajuda a remover o ácido lácteo.
  3. Reduz as potenciais dores musculares de início tardio (ou DOMS).
  4. Permite ao batimento cardíaco voltar gradualmente ao estado de repouso.

Assim, pesando os prós e contras, diremos que vale sem dúvida a pena gastar dez minutos adicionais para deixar o coração voltar ao normal enquanto alongamos os músculos.

Qualquer pessoa que já tenha sofrido uma lesão poderá afiançar que vale a pena evitá-las a todo o custo, por isso, se o arrefecimento pode ajudar, merece o nosso apoio.

 

Alongamentos

É boa ideia alongar enquanto arrefecemos porque os nossos membros, músculos e articulações ainda estão quentes. Músculos quentes significam um fluxo de sangue aumentado.

Alongar pode ajudar a reduzir a acumulação de ácido lácteo (que produz a sensação de ardor nas nossas pernas quando corremos), o qual pode levar a cãibras e rigidez muscular. Portanto, idealmente, quer-se remover o ácido lácteo dos músculos o mais depressa possível depois do treino terminar.8

 

Experimenta o seguinte:

  1. Independentemente do tipo de exercício (por exemplo, corrida), durante os últimos 5 minutos reduz gradualmente a velocidade e termina a passo (idealmente, com o batimento cardíaco a menos de 120 batidas por minuto).
  2. Depois de teres parado, segura cada alongamento por 30 segundos (o alongamento nunca deve implicar uma dor aguda; esta é sempre um sinal para parar). Não “balances”, uma vez que isso não permite ao músculo relaxar e alongar devidamente.
  3. Não te esqueças de respirar. Respirar permite ao oxigénio chegar aos nossos tecidos musculares e permite um relaxamento mais rápido.
  4. Hidrata sempre o organismo depois de cada sessão de treino. Água fresca em pequenos goles vai baixar a temperatura do corpo e permitir a substituição dos fluidos perdidos através do suor.

 

Mensagem Final

Embora os dados empíricos relativamente ao arrefecimento sejam controversos (especialmente quanto ao arrefecimento ativo), é inegável que os benefícios propostos são relevantes. Tira 10 minutos depois do treino para reduzir a velocidade e intensidade dos movimentos, terminando com alguns alongamentos longos e controlo da respiração.

É uma excelente forma de terminar em qualquer caso, e como uma maneira de celebrar uma boa sessão de treino!

 

 

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1. Physical Activity Guidelines for Americans. 2nd ed. U.S. Department of Health and Human Services. Accessed May 6, 2019.

2. Physical Activity Guidelines for Americans. 2nd ed. U.S. Department of Health and Human Services. Accessed May 6, 2019.

3. Van Hooren B, Peake JM. Do We Need a Cool-Down After Exercise? A Narrative Review of the Psychophysiological Effects and the Effects on Performance, Injuries and the Long-Term Adaptive Response. Sports Med. 2018 Jul;48(7):1575-1595.

4. Van Hooren B, Peake JM. Do We Need a Cool-Down After Exercise? A Narrative Review of the Psychophysiological Effects and the Effects on Performance, Injuries and the Long-Term Adaptive Response. Sports Med. 2018 Jul;48(7):1575-1595.

5. Physical Activity Guidelines for Americans. 2nd ed. U.S. Department of Health and Human Services. Accessed May 6, 2019.

6. Physical Activity Guidelines for Americans. 2nd ed. U.S. Department of Health and Human Services. Accessed May 6, 2019.

7. Van Mechelen, W., Hlobil, H., Kemper, H. C. G., Voorn, W. J., & de Jongh, H. R. (1993). Prevention of running injuries by warm-up, cool-down, and stretching exercises. The American Journal of Sports Medicine, 21(5), 711–719.

8. Warm up, cool down. American Heart Association. Accessed May 6, 2019.

Evangeline tem uma larga experiência em desportos de competição desde tenra idade. Por exemplo, a sua experiência como instrutora de vela RYA ensinou-lhe o quão importante é cuidar da sua alimentação para um rendimento de topo em desportos extremos e de endurance. Este foco na alimentação permitiu-lhe atingir o estatuto de capitã da equipa olímpica do Reino Unido e treinar a equipa da sua universidade.

Nos seus tempos livres, a Evangeline adora correr maratonas. Ao fim de semana irás encontrá-la a fazer desportos aquáticos ou escalada. Ao anoitecer opta por sessões de treino de alta intensidade ou um treino de squats antes de comer uma bela refeição picante com muitas verduras - yum!

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