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Gente Fit

A Mulher Mais Forte de Inglaterra Farah Fonseca e o seu Caminho Até Ao Topo

A Mulher Mais Forte de Inglaterra Farah Fonseca e o seu Caminho Até Ao Topo
Monica Green
Escritor2 anos Atrás
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Este mês, estamos a falar sobre feras. Não das que povoam os programas do David Attenborough, mas atletas que chegaram ao topo da sua modalidade – os maiores de todos os tempos. Os que têm medalhas de ouro, recordes mundiais, troféus reluzentes e disciplina inquebrável.

Não é surpresa, então, que tenhamos falado com uma das mulheres mais fortes do mundo – Farah Fonseca.

Farah ganhou o prémio de Mulher Mais Forte do Mundo na sua primeira tentativa, e o de Mulher Mais Forte de Inglaterra duas vezes – em dois anos seguidos. Mal podíamos esperar para conversar sobre o seu percurso até ao topo e sobre o que aprendeu pelo caminho.

“Tem sido bastante caótico...”

Farah foi sempre muito ativa. Apenas uma típica adepta do fitness, que treinava no seu ginásio local em Basingstoke. Isso até lhe ter sido sugerido na altura que entrasse numa competição Strongwoman. Ao que ela se recorda de ter respondido “mas para competir é preciso ser... bem… forte.

Após alguma reflexão, Farah ficou com vontade de conferir uma direção mais definida às suas sessões de treino, pelo que os treinos intensivos começaram. Casualmente, refere que “ganhei essa competição” e prosseguiu em direção à próxima conquista – mais uma competição para iniciantes antes das suas primeiras eliminatórias de Inglaterra.

“Em 2016 entrei nas eliminatórias inglesas, passei e, na verdade, ganhei em Inglaterra nesse ano, o meu primeiro ano, o que foi incrível. Voltei a ganhar no ano seguinte e depois as coisas descolaram, porque podemos qualificar-nos para o Reino Unido, para a Europa, depois para a Arnold e depois para o Mundo.”“Competi na Arnold em Ohio no ano seguinte. Entrei na categoria de amadores e fiquei em quarto lugar, o que foi incrível porque os primeiros quatro recebem o cartão de profissional, o que significa que podemos competir como strongwoman profissional nos Estados Unidos. Assim, pude competir para Mulher Mais Forte do Mundo em 2018 – e ganhei, o que foi fantástico.”

Depois de se atirar de cabeça ao prémio mundial, Farah sentiu que estava a perder a sua paixão pela modalidade, pelo que tomou algum tempo de folga.

“Parei por cerca de 18 meses, porque sentia que estava a perder um pouco o amor pela modalidade, porque haviam sido quatro anos sem parar e de grande intensidade. Por isso, tomei algum tempo de folga, voltei no ano passado, voltei a entrar na competição inglesa, ganhei, regressei à competição, e fiquei recentemente em segundo lugar em Inglaterra e terceiro no Reino Unido. Por isso, tem sido bastante caótico!”

“Ficamos um pouco viciadas na competitividade”

Farah revela que experimentou todos os desportos quando era mais nova, inteiramente encorajada pelo pai.

“Enquanto crescia, estava sempre a jogar futebol, netball, a fazer atletismo, equitação, a nadar, o que fosse. Todas as noites depois da escola ia a um clube diferente. O meu pai dizia-me “muito bem Farah, temos tudo, vamos lá – e metíamo-nos no carro.”

Mas quando foi para a faculdade, o elemento comunitário do desporto, que Farah tanto valorizava, perdeu-se. Farah sentiu falta também desse elemento comunitário do desporto que o treino casual não podia substituir.

“Queria regressar àquele meio competitivo porque estava apenas a treinar, mas quando estivemos sempre a competir, é bom despertar essa parte de nós. Assim, mal entrei nessa primeira competição, fiquei um pouco viciada no espírito: tentarmos superar-nos e querer saber se conseguimos chegar mais longe.”

“Criámos laços tão bonitos”

Todos nós precisamos de um sistema de suporte. Quer se trate da família, amigos ou colegas de equipa, ter pessoas com quem podemos contar é um bem de valor incalculável. Este tipo de apoio torna-se especialmente importante quando estamos a treinar para algo como uma competição Strongwoman. E Farah não podia ter mais vontade de contribuir para um ambiente positivo nas suas competições e para os laços que criou com mulheres de todo o mundo.

“Fiz muitas amigas. É fantástico encontrar pessoas, porque há gente de todo o país e obviamente de outros países quando vamos a competições internacionais. Fiz amigas da América; em algumas das competições em que entrei, fiquei com amigas americanas, e criámos laços tão bonitos”.

Uma mulher em particular com quem Farah criou esse tipo de laço é a colega Strongwoman Andrea Thompson – que foi uma fonte de apoio e inspiração para Farah.

“Teve sempre tanta compostura, ela é naturalmente muito forte. […] Penso que por ter começado na modalidade ao mesmo tempo que ela e por estarmos em categorias de peso diferentes, nos tornámos muito boas amigas. Sempre respeitei muito a maneira como ela compete e a sua forma de ser como atleta. Por isso, se competimos juntas, estamos sempre próximas, somos uma equipa.”

“Faz parte da vida agora”

Como a maior parte de nós, mesmo com o apoio de amigos, da família e do treinador, Farah tem ainda assim dias maus. Aqui fica o seu conselho sobre como os superar.

“Creio que devemos tentar sempre superar-nos, testar os limites do nosso corpo e da nossa mente, porque a mente é a primeira coisa a ceder. Por isso, penso que é tudo uma questão de ver quão mentalmente fortes somos. E ajuda se nos dão algo reluzente no final…”

Apesar dessas ocasiões mais duras, a sua disciplina nunca parece vacilar. Ela consegue-o através da pura rotina. Tornou-se simplesmente a sua vida, sem mais nenhum segredo.

“Penso que o facto é que faz parte da vida agora, tornou-se o normal. Estava a ter uma conversa há uns dias e disse que não entendia como havia pessoas que iam simplesmente ao ginásio agora, porque tenho feito um programa durante todos estes anos, não entro num ginásio para um treino fora do horário há imenso tempo. Faz parte da vida agora, penso, está automatizado.”

“Há equilíbrio na minha vida”

No que toca à nutrição, Farah certifica-se de que come tudo o que precisa para estar ao seu melhor nível durante as competições, mas deixa sempre algum espaço para as suas refeições favoritas.

“Há equilíbrio na minha vida. É verdade que adoro o exercício, adoro mover-me, adoro poder treinar, contudo, quando quero ir ver a família e comer arroz e ervilhas e queijo com massa e bananas e frango defumado no fim de semana, não vou deixar de o fazer. Não vou ter atenção aos macronutrientes todos os dias da minha vida.”

https://www.instagram.com/p/CQrJmEYgbq_/

 Mensagem final

Farah é uma lufada de ar fresco no mundo do fitness, valorizando a importância da saúde mental e de desfrutar da vida, para além de representar a disciplina necessária para chegar ao topo da sua modalidade. Quando não está a treinar, dedica o seu tempo a motivar mulheres a começar a levantar pesos e a treiná-las não apenas fisicamente, mas a sentirem-se confiantes.

Não há dúvida de que Farah é uma fera. Isso torna-se claro quer pela sua atitude, quer pelas suas medalhas e troféus. Estaremos com atenção à sua carreira, e ela continuará sem dúvida a conquistar ainda mais terreno no mundo do fitness e a espalhar a sua energia positiva.

 

 

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Monica Green
Escritor
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